Tuesday, August 12, 2008

Ironias

O Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, acusa a Rússia de o querer derrubar, uma ideia repetida ontem por George W. Bush. "Pode estar em curso uma tentativa de depor um regime estrangeiro", disse o Presidente norte-americano. "Isso é inaceitável no século XXI."

in Jornal O Público

Tuesday, June 17, 2008

"A crise global não é só energética e alimentar (...). É também política, financeira, económica, social e ambiental. Uma crise de civilização, estrutural, que teve o seu epicentro na América de Bush (...) e que começa a repercutir-se na Europa e nomeadamente na nossa vizinha Espanha. Vai chegar cá. Ninguém tenha ilusões."

Mário Soares, "Diário de Notícias", 17 de Junho de 2008

Wednesday, July 18, 2007

Divagações sobre este nosso Portugal

Envergonha-me este País, que diz ter lutado tanto pela Democracia, e remete-se ao silêncio no momento de a exercer. Um País em que todo o povo tem o direito de reclamar, criticar e maldizer, mas no momento em que pode mostrar o seu descontentamento, ou apoio ao trabalho que se tem feito, mantém o silêncio.
Chego inclusive a pensar que certas pessoas não sabem como se vota. Que o facto de não se dirigirem às urnas não é um sinal de protesto, mas sim a total falta de respeito pela Democracia, por ter a possibilidade de efectuar esse voto.
O descontentamento, ou falta de crença em qualquer um dos partidos, ou candidatos, manifesta-se pelo voto em branco. Nem sequer é preciso saber ler, é dobrar uma folha em quatro e colocá-la na urna.
Faz falta a este País uma educação sobre o que é a Democracia, e no que ela consiste, e principalmente que a liberdade termina quando se invade a liberdade de outrem.
Envergonha-me também este País em que os media tudo fazem para manchar o trabalho de quem o faz, ao invés de enaltecer o progresso do que é feito, chegando mesmo por vezes a de forma dúbia a noticiar o que acontece.
Como por exemplo a nova rede de emergência médica nacional, onde não sei quantos concelhos passaram a estar 20 ou 30 minutos mais longe de um centro de saúde. Mas que, por outro lado, com os meios libertados e com o que foi investido, a nível nacional todos os concelhos passaram a estar no máximo a uma hora de distância de um centro hospitalar, ao invés do que acontecia anteriormente, em que certos locais distavam a mais de 4 horas de qualquer socorro.
Vamos também pensar nos pobres professores que tinham apenas um aluno, ou dois, e das pobres criancinhas que não tinham contacto com outras crianças da mesma idade, sem qualquer possibilidade de crescer num ambiente social com elementos da mesma faixa etária, e vamos também esquecer que com o orçamento que seria aplicado na manutenção dessas escolas, salários dos professores e empregados, se pode criar um sistema de recolha para levar as crianças à escola, sem terem que fazer por vezes distâncias superiores a 20 Km.
Eu acredito em Portugal, um Portugal capaz de progredir, de novamente mostrar ao Mundo quem somos, e que os Portugueses são capazes de continuar a fazer História, sem ser pela negativa.
Portugal necessita de reformas... Várias. Muitas das quais, pelos lobbies nunca serão sequer pensadas.
Começando pela educação, que é a base do desenvolvimento de cada nova geração. Todos os professores deveriam ser obrigados a efectuar um exame escrito, anualmente, e um exame oral de determinados em determinados anos, sendo a prova oral a mais importante de todas.
A prova oral deveria consistir em apresentar o professor em avaliação a um determinado júri, Exemplo, um professor de matemática seria colocado com um júri de pessoas formadas dentro dessa mesma área, e em envelope fechado seria colocada qual a matéria que esse determinado professor deveria desenvolver e ensinar. E o professor deveria ser capaz de, de forma clara e explicita, "ensinar" o tema seleccionado ao júri. A matemática, ao contrário do que diz a outra senhora da DREN, não é uma ciência abstracta mas sim uma ciência exacta. Dois mais dois sempre serão quatro, e a raiz quadrada de 121 será sempre 12, por mais que ela acredite que não. E o cálculo para chegar a esse resultado, será sempre o mesmo. Assim como a hipotenusa sempre será a soma do quadrado dos catetos, ou lados, caso seja assim mais simples para essa Sra.. Deveria também alguém dizer a essa Sra. que a matemática é constituída por quatro operações bastante simples, sempre utilizadas em qualquer contexto.
Vamos lá a simplificar esta questão:
- Existem alunos que, sem sombra de dúvida, possuem dificuldades de aprendizagem e concentração. Mas isto não é a maioria. A maioria são alunos que, nas outras disciplinas, têm bons resultados, ou no mínimo razoáveis.
Portanto, é inadmissível que a maioria dos alunos tenha nota negativa a matemática. (E assim se aplica um pouco de lógica).
Agora os professores têm que saber o que estão a ensinar, e o próprio funcionamento da matemática em si.
Um professor que durante 10 anos de carreira pratica o ensino de matemática do secundário, tem que saber a matéria toda, sem qualquer hesitação. Aqui podemos aplicar um pouco de Taylorismo, e associar o Sr. Henry Ford (naturalmente) e a produção em série:
- Um operário (neste caso um professor) que se dedica unicamente a uma tarefa (neste caso, ensinar matemática), tem que a saber efectuar sem margem para erros.
- O facto de apenas ensinar matemática significa que será especializado nessa tarefa, o que quer dizer que na tarefa desempenhada, a forma de a executar será sempre aperfeiçoada, e colocando isto agora numa linguagem simples e directa, depois de 5 anos a ensinar sempre a mesma coisa, já se deveria saber todo o programa, e mesmo mais que o programa, de trás para a frente.
Vamos lá a ver uma coisa, a matemática é, sem dúvida, das disciplinas mais simples, e é desta forma que deverá ser mostrada aos alunos, precisamente porque é uma ciência exacta, o resultado é apenas um. O que falha é efectivamente a qualidade dos professores, que não sabem ensinar, não sabem demonstrar aos alunos o meio para chegar ao fim. Não sabem explicar o porquê de determinada operação. Simplesmente é, porque vem no programa que se deve usar tal operação, logo é assim que funciona.
Ao contrário de Matemática, temos o Português. O Português não é uma ciência exacta fora da gramática, porque depende da interpretação ou da forma de análise. Mas ainda assim, é inadmissível que metade do País não saiba diferenciar conselho de concelho, ou que vocês não se escreve com cedilha. Não se utilizam cedilhas antes das vogais "e" e "i". Quão difícil pode ser isto de ensinar.
Alunos que no 5º ano cometam estes erros devem ser punidos severamente na nota final das avaliações escritas. Muitas vezes "Ora, isto está cheio de erros, mas tens 200 erros ortográficos num texto com 500 palavras, mas como o conteúdo está correcto, leva uma boa nota. Isto não deveria ser permitido. Bem, mas vamos não divagar mais por Português. Basicamente, o ensino em Portugal, é a base para a vergonha deste País.
Vamos dar outro exemplo, a falta de especialização da mão de obra:
Toda e qualquer profissão deveria ter especialização no ensino. Seja para ser canalizador, electricista, ou para trabalhar na construção civil, o trabalhador deveria ser uma pessoa formada. Eu posso estar a construir um muro, e saber que tenho que por as pedras da forma x, a massa da forma y, porque sempre o vi ser feito assim, e é assim que se faz. Mas não, mesmo eu que estou a construir o muro, deveria entender o porquê de assim ser. Quais as consequências de se assim não for, e principalmente, o elemento causador da consequência se assim não for. Algo tão simples como compreender que o "cimento", feito com demasiada areia, não será resistente pelo simples facto que demasiada areia torna o cimento pouco resistente à erosão pela falta de pó de cimento a ligar as partículas da areia, pondo em causa a consistência da massa.

Bem, este texto todo, e tão entediante, para quê? Para dizer que num Portugal perfeito os cidadãos iriam usufruir do direito de voto com um sorriso na cara, e contentes por o poderem fazer, e que nesse mesmo Portugal perfeito os professores seriam mesmo pessoas que saberiam a matéria, e sabendo-a, saberiam cativar todos os alunos, mesmo os com mais dificuldades.

E que nesse mesmo País, a especulação imobiliária não seria ridiculamente elevada, fazendo com que um imóvel em 15 anos passasse de 2 mil contos para 60 mil contos. Mas aqui, novamente, deveria haver intervenção do governo desde a venda do terreno até à venda do próprio imóvel. E impedir a maximização de lucro a 3000%.

Wednesday, January 10, 2007

Untitled - Part II

João olha para o relógio. Está 5 minutos atrasado... 6 minutos atrasado, o tempo continua a correr, e cada vez que olha para o relógio mais inconformado se sente, pois cada vez mais o tempo passa mais depressa.

A casa da Inês fica por detrás deste quarteirão - pensa - e os carros não andam... São dois minutos a pé! - atira - ao mesmo tempo que faz pisca, ao ver um carro a sair do estacionamento. A caminho do prédio da Inês, passa por um pequeno canteiro onde cresce uma roseira trepando pela rede que o protege, e tira uma pequena rosa que florescia já fora do tempo.
Mais de vinte minutos atrasado, pensa, enquanto olha inconformadamente para o relógio, antes de tocar à campainha.
Inês abre a porta do seu apartamento. Sorri, mas deixando transparecer o desagrado por João estar atrasado.
- Já ponderava se terias desistido... - diz Inês, em forma de desabafo.
- Desculpa Inês. - responde João, enquanto entra.
Sorrindo desajeitado e timidamente, mostra a rosa protegida dentro da sua mão. - É para ti...

Inês, surpreendida, sorri abertamente como uma criança. Foi apanhada desprevenida, e a agradável surpresa perdoou o atraso. Convida-o a entrar na sala. Era uma sala grande, com um grande sofá no canto oposto à porta, de tecido verde escuro, contrastando com as paredes de uma cor amarela, não muito escura, agradável. Ao lado do sofá, uma janela com a cortina entreaberta permitia ver de relance um pouco da cidade de Lisboa. No canto em frente ao sofá, em móvel simples, mas bonito, encontrava-se a televisão, desligada. Na parede ao lado da televisão, um móvel de madeira maciça, impecavelmente envernizado, cheio de livros ordeiramente colocados nas duas prateleiras superiores, e por baixo, uma moderna aparelhagem aonde se podia ouvir, em volume baixinho e agradável, Staind. Na parede oposta à janela, uma mesa de vidro com algumas fotografias de Inês, com os irmãos de férias em Itália, com os pais em Sintra, sozinha, sentada na beira de uma falésia, de um local desconhecido. Por cima desta mesa, uma réplica do quadro "A Persistência da Memória", uma das obras mais famosas do pintor surrealista Salvador Dali. No centro da sala, uma mesa elegantemente colocada para duas pessoas.
- Podes sentar-te um bocadinho. - diz Inês indicando para o sofá com a mão - Estava à tua espera para acabar de fazer o jantar.
- Algo em que possa ajudar?
- Não, deixa-te estar - responde Inês com um sorriso.

Havia algo no João... Algo inexplicável que a atraía, que a fascinava... Com o passar do tempo, as reuniões de trabalho, as ideias partilhadas para os projectos pendentes, a dedicação criativa e o espírito alegre, tudo isto fez nascer em Inês uma admiração por João, uma admiração carinhosa que se expressava no desejo de que tudo neste jantar fosse perfeito.

Enquanto esperava na sala, João repara que em cima de um móvel estava uma caixa com velas, e ao lado o seu suporte. Uma leve camada de pó dava a entender o pouco uso aplicado àqueles objectos. Olhou para o corredor que dava para a cozinha, e vendo que Inês não vinha, coloca duas velas na mesa, voltando a sentar-se no sofá de seguida.
Inês entra na sala com uma travessa, e olha admirada para a mesa, soltando involuntáriamente um terno sorriso. Tudo estava a correr melhor que alguma havia pensado.

Durante o jantar abordam-se trivialidades. Falam de música e de cinema, de arte e de locais visitados. Subtilmente, João questiona-a sobre o seu passado amoroso.
Inês acabou o seu último relacionamento à mais de um ano, e desde aí não voltou a ter outro, em parte devido à mágoa da traição do namorado com uma sua amiga de infância, em parte devido à decisão de se dedicar à carreira.
Quando questionado por Inês, também curiosa, João respondeu vagamente que a mulher que um dia amara saíra da sua vida repentinamente, e mudou de assunto.

Após o jantar, Inês convidou-o a sentar-se no sofá.
Conversam sobre a faculdade, o percurso as suas carreiras, e Inês, suavemente, encosta-se a João, que a acomoda com um suave abraço.
Ao olhar para o relógio, João, que havia perdido a noção das horas ao longo da conversa, fica surpreendido ao ver que já são 2 da manhã.
Levanta-se. Inês acompanha-o à porta.
- Obrigado pelo jantar... Estava óptimo. E pelo agradável serão... - diz João em tom baixo.
- O serão só foi agradável devido à tua companhia! - deixa escapar Inês, incerta sobre se o queria deixar sair.
João olha-a fixamente, sem saber o que dizer.
- Tenho de ir... - diz, com voz suave.

- Boa noite João, até amanha... - diz então Inês com um sorriso.
João abre a porta, e olha para Inês, que o observa, agora imóvel. João dá-lhe um beijo nos lábios, impulsivamente.
- Adeus, até amanhã. - Solta

Dirige-se ao carro, em passo lento, enquanto pensa no que acabou de acontecer. O coração bate acelerado.
Entra no carro e senta-se, inerte, deixando-se invadir por um sentimento, um sentimento forte, quente, que não o deixa pensar, que o impele a voltar para trás e tomá-la nos seus braços.
Estou apaixonado... - suspira.

(to be continued...)

Thursday, October 19, 2006

Sonhar

Oiço a chuva lá fora. Bate na janela, no seu ritmo inconstante, esse ritmo que desperta o conforto de quem a ouve dentro de casa.
Sinto o teu cheiro, recordo o teu calor. O calor do teu corpo junto do meu, o teu toque, os teus beijos. Não estás aqui. Encolho-me o mais que posso, para junto do meu coração, onde te carrego sempre comigo. Ainda assim o quanto te queria aqui, poder olhar-te nos olhos e dizer-te o que sinto sem soltar uma palavra.

É um sonho acreditar em desejos. Acreditar que ao ver uma estrela cadente e pedir um desejo, pedir por amor, pedir para ser feliz, isto se virá a concretizar. Aconteceu? Fazes-me feliz. Aconteceu o que tinha que acontecer por inevitabilidade do destino. És o meu sonho.

Quem és tu, o que fazes aqui comigo. No meu pensamento, no meu coração? És tu de quem eu desviava o olhar, que ocupavas o meu pensamento sem acreditar que isto seria possível. Mas é, e estás comigo, aqui, junto a mim. Fecha os olhos e deixa-me embalar-te neste sonho que é o meu, em que estou contigo, e sou feliz.

Tuesday, September 19, 2006

Deviant thoughts II

Olá!

Ainda hoje penso se é um sonho. Como entraste assim na minha vida, será que os desejos por vezes se tornam realidade? Não sei.

Recuso-me a pensar mais sobre isso, simplesmente me perco na imensidão do teu sorriso, do teu olhar, da tua voz... Permite-me adormecer agora, embalado nas tuas palavras, enquanto recordo o bater do teu coração, junto a mim, adormecer no teu calor enquanto o silêncio nos rodeia...

Deixa-me olhar-te mais uma vez e saber que é não é um sonho, que estás aqui, nos meus braços, dá-me permissão para te fazer feliz...

Obrigado, por seres tu, por existires no meu mundo, por teres ajudado a abrir esta porta que nos separava...

"Life is but a dream, and it's up to you to make dreams come true."

Tuesday, August 15, 2006

Deviant thoughts

Intimidas-me, e não sei porquê. O teu olhar, a tua presença, saber que estás aí mas sem saber o que fazer... Num relance o som da tua voz, enquanto caminho sabendo que ainda não será desta vez que irei ultrapassar esta falta de reacção, por estares aqui, por estares tão perto...

Eu sei que ainda não voltei a actualizar a história, mas ultimamente não tenho tido muito tempo disponível que mo permita... Mas não me esqueci. Até breve